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Feriado Nacional de 20 de novembro e defesa da capoeira são pautas históricas do Inabra

O Dia da Consciência Negra se tornou oficialmente feriado em 2023 por decisão do Congresso Nacional

A proposta de fazer do 20 de novembro feriado nacional, aprovada em 2023 pelo Congresso Nacional, era uma reivindicação dos dirigentes do Instituto Nacional Afro-Brasileiro (Inabra) desde os anos 1990. Naquele período, membros da organização promoveram várias audiências com autoridades do governo federal em Brasília, com esse propósito, recorda o atual presidente da entidade, engenheiro Ronald Barbosa.

"Eu me lembro que formulamos e entregamos um projeto que continha a ideia de um evento comemorativo aos 100 anos da abolição e uma proposta para que o Dia da Consciência Negra, o 20 de novembro fosse uma data nacional ao então ministro da Cultura, José Aparecido", detalha o presidente.

Fotos de arquivo do instituto registram Ronald Barbosa acompanhado do jornalista Walter Brito e do ator Milton Gonçalves passando às mãos do ministro José Aparecido e assessores o documento com o teor do projeto. O feriado se tornou oficial em razão de proposição de autoria (296/15) do deputado Valmir Assunção (PT-BA). A matéria tramitou por longos oito anos na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, antes de ser sancionada.

Valmir Assunção reconhece que a vitória resulta de uma luta coletiva, como fundamento. "O 20 de novembro é uma conquista de todo movimento negro", elogia o deputado. Esforço de que fez parte o Inabra há décadas.

O Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro, faz referência à morte de Zumbi dos Palmares, um dos símbolos nacionais pela resistência à escravidão e enfrentamento ao racismo. Em 2011, a data entrou no calendário oficial e passou a ser celebrada como o Dia da Consciência Negra, e já era considerada feriado em alguns estados e municípios. Mas foi somente em 2023 que o Congresso Nacional de fato aprovou a lei que transformou o Dia da Consciência Negra em feriado nacional.

Ronald Barbosa salienta que a militância do Inabra abarcava outras reivindicações, que os membros se empenhavam para materializar. A criação da Fundação Cultural Palmares, em 1988, e a definição da missão do órgão foi outro foco dos membros do instituto junto com tantas outras personalidades da cultura e do Movimento Social Negro.

Há duas outras pautas que Ronald Barbosa considera que permanecem atuais. A primeira diz respeito a apoiar e fortalecer a arte da capoeira de modo geral. "Naquele período nossa intenção era criar um Conselho Nacional de Mestres de Capoeiras, para valorizar essa prática tão significativa para a nossa cultura".

Na avaliação do presidente, muitas coisas mudaram desde então. No entanto, a capoeira continua merecendo esse reconhecimento nacional. "Penso que de forma atual e contextualizada, podemos retomar essa pauta tão importante", reflete Barbosa.

A outra reivindicação diz respeito ao Inabra contar com um terreno para poder construir a sede própria. Nesse caso, o caminho passa por tratativas com o Governo do Distrito Federal, que administra um patrimônio fundiário vasto.

Do qual o Ministro José Aparecido havia sido Governador do Distrito Federal de 85 a 88 quando saiu do GDF e assumiu a pasta da Cultura.


Na Serra da Barriga, no dia nacional da Consciência Negra - 1986.

Sr. Paulo Vilhena da Rocha, Mr. Stokley Carmichael - líder dos Panteras Negras e Sr. Warny Pinto de Souza - 

Um breve relato de uma pessoa que jamais será esquecida. Sem duvidas foi um ser excepcional que deixou um exemplo de força e perseverança para uma legião de amigos que ficaram saudosos com sua breve passagem aqui entre nos.

Nascido no Rio de Janeiro, filho de Justino Pinto de Souza e Ema Abilio de Souza, que tiveram um casal de filhos, Warny e Eluisa. Ainda jovem, destacou-se nos estudos com desenvoltura e inteligência, concluindo o curso de Administração de Empresas, sendo vitorioso em vários concursos, mas seguiu carreira como bancário no Banco do Brasil, como seu pai, destacando-se como Gerente de Agencia no Itamaraty, após, seguiu carreira como empresário, ao implantar o novo conceito de Clinica de Saúde Popular, na cidade do Gama, no Distrito Federal. Gostava de esportes radicais, como o paraquedismo, o mergulho e o motociclismo. Ele tinha consciência do racismo e da desigualdade do negro na sociedade brasileira. Como via nessa situação uma oportunidade de dar sua contribuição, se tornou um dos fundadores da luta do negro no Distrito Federal, através do Instituto Nacional Afro-Brasileiro – INABRA, onde foi um dos seus diretores.

Na vida familiar deixou três filhos como herdeiros, sendo o Vinicius, seu grande companheiro, por sua aparência física com o pai e também pela personalidade semelhante. Criado no Canada, Vinicius mantinha, apesar da distância, laços de grande afetividade com o pai.